Dos amotinados de 1757nomeio a Estrelada.Se gostava da pingoletacoisa que não sei:vinho tem razõesque a razão desconhecee as razões são aos milhões.Certo, certo é que o Marquêsdisse por cima do ombro:nas tabernas do Portovinho só o da Companhia — pontofinal. Vírgula, disse o povo,fazendo contas de cabeça.E nessa quarta-feiraas ruas acenderam-se.E o sol… moita carrasco.Abaixo a Companhia!E foi o pandemónio.Veio a tropa, veio a lei,homens de má catadura.Forca, açoites, calabouço,confiscação e galés.Foi quase meio milharde tripeiros que julgavamque o povo é quem mais ordena.O sol já tinha remorsos:quem é aquela criançaque assiste à morte do pai?Condenada, meu senhor.Da forca pendem treze homens,quatro mulheres também.A Estrelada estava grávida— salvaram-se as aparências.Ah vocês cuidam que sim?Cuidam que o rei é um bonecoe que, ao fim de quatro meses,lá por nascer um fedelho,a lei vai servir de fralda?Sobe à forca, ó Estrelada,e que o Marquês se console,enquanto o rei come o solnum cubo de marmelada. O motim popular do Porto, em 1757, foi provocado pela decisão régia de não permitir que as tabernas do Porto vendessem vinho que não fosse da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (criada no ano anterior). Novos poemas durienses Ler mais Antologia dos poemas durienses Avaliação 5.00 de 5 €20,00 €18,00Adicionar Sentença do Motim Popular do Porto ou Revolta dos TaberneirosExcertos (fonte: BNP)