Arquivos da Categoria

    Poesia

  • Tudo

Prosa & Poesia – Poesia | Em memória do poeta, ficcionista, cronista, ensaísta, dramaturgo, etnógrafo e divulgador da cultura popular portuguesa

  • "The last generation" por José Flacho Por aqui não

    Aldeia de Trás-os-Montes, por Luís Borges Por aqui não há fábricas, há uns lagares de azeite e é um pau; mas também não há greves: já o negócio não vai assim tão mau. Nas eleições toca-se em tom de lá de baixo: essa é a cau- sa de os que mandam manda- dos terem umas [...] Continuar a Ler
  • Gare do Pinhão (1985), por Georges Dussaud Pinhão, 8,20

    Gare do Pinhão (1985), por Georges Dussaud Em Junho, a fruta começa a apetecer. Um homem passeia no cais e debulha uma nêspera com ar de quem faz horas. 8,20 - diz o relógio. Espera-se. O comboio, um monstro de cem bocas, pardo e caduco, fumega lentamente como um charuto abandonado. Manhã de vidro. Vê-se [...] Continuar a Ler
  • Casa do Douro, Peso da Régua A Casa do Douro

    Empregados, vitrais, papéis, protestos, ralhos, tonéis e, lá do alto, um presidente. Um tronco para longas ramagens que se estendem, opulentas ou não, sobre o rio. Um tronco carcomido por velhos quindins, Em todo o caso, um tronco. Tirai a conclusão – diria Brecht. A conclusão, às vezes, é um queijo sem faca – penso […]

    Continuar a Ler
  • Sketchbook por Fiona Lumbers À minha filha Eva brincando com um papel

    1 Tu és o ser mais belo do mundo. O ser em toda a sua beleza enchendo o meu espaço. Que bom, filha, falar-te com esta simplicidade! Vejo em ti o mundo que começa, sem estrelas ainda altas, sem rios que dividem, um impulso de luz, uma luz que eu não sei donde vem, apesar […]

    Continuar a Ler
  • Postal censurado, Sabrosa-Peniche (fonte: Clube Filatélico de Portugal) À saída do correio

    - Donde vem a carta, senhora Maria? - Vem da capital é da Companhia. (A Maria Pêdra tem um ar de pedra onde nem deixaram crescer uma erva). - E que diz a carta, senhora Maria? - Que no Douro o sol nasce ao meio-dia. (A Maria Pêdra fala como quem entra numa igreja e [...] Continuar a Ler
  • Mulher de Parada de Gatim com cântaro à cabeça. Autoria provável de Santos Júnior. Descalça vai para a fonte

    Mulher de Parada de Gatim com cântaro à cabeça. Autoria provável de Santos Júnior. Via: Isabel Maria Granja Fernandes. 'A loiça preta em Portugal: Estudo histórico, modos de fazer e de usar. Parte I' I Descalça vai para a fonte Leonor pela verdura: vai formosa e não segura. II Se tivesse umas chinelas iria melhor…; [...] Continuar a Ler
  • Serra do Marão O Marão

    Os olhos ficam nesse corpo enorme Que emerge das funduras, Lá no fundo do mundo, E põe os ombros firmes nas alturas. Cimo tão belo como irresistível! Sente-se, ao demandá-lo, O embalo Da esperança ao devorar um impossível.

    Continuar a Ler
  • Mulher carregando cepas por João Pedro Marnoto O molho de giestas

    Quando vem ao longe com um molho de giestas, talvez ela pareça outro molho em posição vertical. Desajeitada. Um dia, um turista, depois de a fotografar com um ar de arqueólogo, e de lhe atirar uns olhos vomitados sobre os pés, cuspiu muito simplesmente para o lado. Vinha descalça. Talvez por comodidade, talvez por necessidade. [...] Continuar a Ler
  • Comboio do Douro O comboio do Douro

    Comboio do Douro Do comboio a paisagem oposta vê-se mais e levanta problemas, por isso é bom que no túnel da Valeira os olhos fechem para contas. Tão loquaz seria o alcantil a falar de naufrágios e gente na miséria, peixes que vêm à tona por dá-cá-aquela-palha! Lucidamente in- conveniente, senhor próximo ex-Primeiro Ministro. A [...] Continuar a Ler
  • Ilustração de Nuno Barreto para Poemas Durienses de António Cabral, livro de poesia sobre o Douro natal de António Cabral O lavrador percorrendo a vinha

    Ilustração de Nuno Barreto para Poemas Durienses de António Cabral Ei-lo no meio da vinha, atento, como se ouvisse o próprio coração. Uma vide que toca é um músculo vibrando; um cacho que descobre é um pensamento novo. A terra ondula nos seus passos e fez dele um arbusto sonhador. Quando os seus olhos pousam [...] Continuar a Ler