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Dia das mentiras
O dia 1 de Abril é o Dia das Mentiras. Estas já se esperam e por isso na maior parte das vezes não surtem o efeito desejado. Mas há quem se descuide. Por vezes, multidões. Célebre ficou a mentirinha do jornal londrino Daily Herald, em 31 de Março de 1905: “Se tiverem caroços de pêssegos [...] Continuar a Ler -
Uma tradição popular do Carnaval
Eu era ainda pequeno, 6 ou 7 anos, talvez um pouco menos, um pouco mais, tento abrir uma janela nos véus ondulantes da memória, ele subia pela rua acima, chongla-chongla, e nós espreitávamos pelas grades do adro, uma curiosidade receosa, uma quentura a subir aos olhos e a fazê-los arder em bolinhas azuis. Era uma [...] Continuar a Ler -
A Festa dos Rapazes
O Padre Belarmino Afonso conta que, num dia 26 de Dezembro, chegou a Deilão (concelho de Bragança) para celebrar missa, ficando intrigado com os choros e grande barulheira que ouvia na rua. Suspeitando que se tratava de brincadeira dos rapazes da aldeia, acercou-se do local donde vinha a algazarra e pôde apreciar um simulacro lúdico de funeral em que os acompanhantes, com trejeitos bizarros, gritavam a bom gritar, gritos que traziam dentro de um riso de chacota e folia. Numa escada a servir de esquife via-se um rapaz, o morto, seguido de outro rapaz grotescamente vestido de padre que, com a seriedade possível, recitava um “reco eterno” (um requiem) de latim estropiado e ajustado à circunstância. De quando em quando, aspergia o infeliz com água benta, ou antes, com uma água qualquer tirada de um charco e posta num caldeiro velho.
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S. Nicolau e o Pai Natal
Que o culto de S. Nicolau acabasse por dar origem ao Pai Natal tem a sua razão de ser: a tradição imaginou-o e iconografou-o como amigo das crianças, como se pode ver na catedral do Funchal em que é representado com mitra e báculo (bispo que era) e com três meninos ressuscitados numa tina (obra [...] Continuar a Ler -
Dia de S. Martinho
I S. Martinho, S. Martinho, S. Martinho milagreiro, Dá-me um saco de castanhas, Pois tu és um castanheiro. Se não fazes um milagre, Terás de vender a capa, Porque lá diz o ditado: Quem tem capa sempre escapa. REFRÃO Dá-me castanhas bem assadinhas e, a acompanhar, duas sardinhas. Quentes e boas, dá-me castanhas dos castanheiros [...] Continuar a Ler -
Corrida de cestos vindimos
Quinta de Cimo de Sande (1985), por Georges Dussaud As vindimas são a maior festa natural do Douro. Trabalha-se e brinca-se, ao mesmo tempo. Um cacho de uvas na mão ou a caminho do lagar é uma promessa. Canta-se à vinda do trabalho; dança-se, à noite, num terreiro, onde se puder dançar; e os próprios [...] Continuar a Ler -
Oh meu S. Bartolomeu
Ora atenção a S. Bartolomeu (ou Bertolameu, como também se diz em S. Bartolomeu do Mar, a uma cancha de Esposende) cuja festa se aproxima e de quem vou hoje falar de raspão, ao bulir-me pitoresca parlenda que, espraiada entre o responso, a encomendação e a xácara, eu conhecia em criança como remédio contra coisas […]
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