• Ouve-se um rumor por Ribeiro Aires

    No 5º aniversário do adeus de António Cabral, a minha homenagem em verso Ouve-se um rumor Não sei de onde Não sei de quê. Será o Douro em Castedo Por Cabral a soluçar? Ouve-se um rumor ânsia das palavras soltas do poema por escrever quando ainda o andavas a armar? Ouve-se um rumor Não sei […]

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  • António Cabral na Pedra Furada, vinha duriense da família (anos 70) Aquele que trazia uma vinha guardada

    A António Cabral, no 5.º aniversário da sua morte Aquele que trazia uma vinha guardada na gaveta mais íntima da alma não pode ter morrido. Digamos que emigrou, com vontade de um dia regressar, voltar a ver o rio, afagá-lo como se afagam as cãs de um velho pai. Felizmente para nós, não pôde levar [...] Continuar a Ler
  • O verde

    O verde é a cor mortal por excelência, por isso mondar as campas rasas é sabê-lo de cada vez, avivando a imagem de quem ali está; e os jazigos de pedra não se apercebem disso. “Anima bella daquel nodo sciolta”, disse Petrarca. Verde, eis a verdadeira cor da palavra poética. Ninguém a lê sem mondar [...] Continuar a Ler
  • Quinta da Ervamoira (1987), por Georges Dussaud Versos que parecem uma brincadeira mas não são

    Quinta da Ervamoira (1987), por Georges Dussaud I O Douro gera vinho e pedra; vida - - pedra é o que gera: pedra nua bem os- suda, bem os- suda, bem des nuda.   II O Douro gera vinho e pedra - disse al- guém que Deus lá tem, disse al- guém que quis di- [...] Continuar a Ler
  • Criança a jogar O prazer lúdico

    Encarecer a necessidade do prazer lúdico num tempo em que a crise económica parece avassaladora, sendo fracos os indícios de contenção, afigurar-se-á como jogo perigoso. É certo que o industrialismo expansionista, apesar de ameaçado, ele que se julgava na posse do segredo da galinha dos ovos de ouro, tenta recompor-se, fazendo orelhas moucas aos arautos [...] Continuar a Ler
  • Paisagem cultural duriense

    Estou há meia hora debaixo da ramada, a quarenta e cinco passos do portão, atento ao que vai na rua. Ainda não vi um homem a cavalo: vê-se cada vez menos. Pouca gente e alguns carros — sinal de quê? Um rapaz de pólo sanguíneo atrai-me a atenção: atira com uma bola ao ar, não [...] Continuar a Ler
  • Quinta de Cimo de Sande (1985), por Georges Dussaud Corrida de cestos vindimos

    Quinta de Cimo de Sande (1985), por Georges Dussaud As vindimas são a maior festa natural do Douro. Trabalha-se e brinca-se, ao mesmo tempo. Um cacho de uvas na mão ou a caminho do lagar é uma promessa. Canta-se à vinda do trabalho; dança-se, à noite, num terreiro, onde se puder dançar; e os próprios [...] Continuar a Ler
  • Amadeu Baptista, Prémio Literário António Cabral 2011 Amadeu Baptista

    Prémio Literário António Cabral 2011 Juízo Final na Capela Sistina por Michelangelo Juízo final Eu entendo que a arte é um refinamento do choque, vai-se a ver e tudo está no colapso da infância, esse sulco onde o corpo se fere pela primeira vez e os olhos, restituídos à dimensão do escuro, navegam. A infância [...] Continuar a Ler
  • In sofrimento (Graça Morais) Vilar de Perdizes

    In sofrimento (Graça Morais) Da relação com o desconhecido vive o Congresso de Medicina Popular em Vilar de Perdizes. Um lacrau passeia douradamente no antebraço do curandeiro. E certa mulher, que havia urinado a sabedoria deste mundo e do outro nuns codessos, deixa-se morder. O cancro resistirá ao veneno (sabe- -se lá) mas a flor [...] Continuar a Ler
  • Romaria de Nossa Sra. da Saúde, Saudel, Portugal Emigrantes

    Portugal cheiinho de emigrantes. A rebentar pelas costuras. A transbordar. Nas aldeias, nas vilas e nas pequenas cidades do interior os emigrantes dão nas vistas: carros que voam, dinheiro a luzir, a alegria dum abraço. Tudo ruidoso. A saudade das férias. A esperança reanimada ao calor das noivas e das mães. Alguns sonhos partidos, é [...] Continuar a Ler